Cardiologia Intervencionista!

Gostando ou não o ano de 2019 realmente foi o ano da cardiologia intervencionista.

Esse artigo de revisão dos grandes trials publicados no TCT veio em boa hora para resumir informações tão importantes.

Começando pelo importante TWILIGHT da grande Dra Roxana Mehran:

Qual é o resumo do estudo? Dê uma olhada abaixo:

Tivemos dois interessantes estudos que demonstram segurança do uso de dupla antiagregação plaquetárias por curtos períodos de tempo. Em pacientes com maior risco de sangramento e até em pacientes com lesão de tronco de coronária esquerda.

Ainda falando de stent’s farmacológicos. Tivemos a publicação do trial já conhecido de todos e muito importante chamado excel- análise de 5 anos. O que tivemos de resultado?

Vamos nos aprofundar mais nesse trial.

Tudo indo igual, né? Nem tanto. Olhem a mortalidade por qualquer causa e revascularização guiado por isquemia.

Análises que servem para gerar hipóteses. Mas vamos em frente.

Vocês lembram do coapt trial que aqueceu as discussões em relação ao mitraclip em 2018?

Pois é, ele voltou!

Voltou forte em sua análise de 3 anos. Vamos relembrar qual a ideia original desse trial?

Vocês veem que em 36 meses o mitraclip em paciente com IM secundário apresentou melhora sustentada de benefício em relação ao tratamento clínico otimizado (fiquem atentos porque isso vai mudar as diretrizes)?

E ainda publicaram a análise de custo efetividade, que demonstrou benefício em relação tratamento clínico (com redução de > 11.000 dólares por paciente), desde que o procedimento de implante fosse desconsiderado (realmente ainda é um dispositivo muito caro).

A família partner trial (2a e 3) não veio com menos. Foi publicado o acompanhamento de 5 anos de partner 2a (TAVR vs SAVR em pacientes de moderado risco pelo STS score (4-8%) com manutenção do benefício das duas terapias).

O partner 3 veio com duas análises interessantes. Uma em relação a uma dúvida crescente de que as próteses implantáveis percutaneamente apresentam maior risco de trombose (sendo essa avaliação realizada por tomografia computadorizada) e demonstrou que realmente a TAVR maior número de hipodensidades avaliada pela tomografia e maior restrição das mobilidades dos folhetos. Porém, de forma interessante, sem aumento significativo dos gradientes (trombose subclínica sem aumento dos gradientes de forma significativa e com resolução sem necessidades de ACO e sem associação com eventos embólicos, pode isso?).

Mas em relação as TAVI’S: O que temos de interessantes?

Duas próteses resolveram enfrentar a já conhecida sapiens 3 para critério de não inferioridade. E o que aconteceu?

O SCOPE I TRIAL mostrou que a sapien 3 ganhou e ganhou bem da prótese já presente no Brasil – ACURATE NEO.

Já em relação a prótese Portico, o critério de não inferioridade em 1 ano, foi preenchido.

Muitos dados, não é? Agora tenho certeza que vocês concordam que esse ano foi um ano muito intenso para quem trabalhou com intervencionismo. Muito críticos diriam que os trabalhos publicados no ESC 2019 nos mostram que a clínica é o que realmente domina a cardiologia. Concordo, mas isso fica para uma outra discussão!

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Dr. Halsted Gomes

  • Médido da UCO e de Unidade pós operatório
  • Especialista em Ecocardiografia Básica, Avançada e Ecocardiografia Transesofágica
  • Especialista em Cardiologia pelo Instituto Dante Pazzanese de Cardiologia.