Terapia contra o câncer de pulmão tem efeitos colaterais mais brandos que o tratamento tradicional

Um estudo conduzido no Cevon (Centro de Evidências em Oncologia) da Unicamp (Universidade Estadual de Campinas) atestou a eficácia da combinação dos medicamentos irinotecano e cisplatina para o tratamento de um determinado tipo de câncer de pulmão.

Segundo a análise feita na tese de doutorado do médico João Paulo Lima, do Hospital do Câncer de Barretos, interior de São Paulo, esses medicamentos, combinados, demonstraram maior precisão no combate ao câncer pulmonar classificado como de pequenas células e, de acordo com o oncologista André Deeke Sasse, coordenador do Cevon, podem levar a um aumento de até 20% na expectativa de vida dos pacientes com esse tipo de câncer, considerado o mais agressivo entre os que atingem o pulmão.

As análises sobre o uso desses dois medicamentos mostram que os efeitos colaterais são mais brandos do que os vistos após sessões de quimioterapia realizadas com cisplatina e etoposídeo ou carboplatina e etoposídeo, combinações utilizadas atualmente no tratamento desse tipo de câncer de pulmão e que causam náuseas, queda de cabelo, diminuição da imunidade e fadiga, entre outras reações.

…Orientados por Sasse, entre 2009 e 2010, quatro pesquisadores fizeram uma revisão sistemática da literatura médica e avaliaram dados publicados e não publicados sobre 3.086 pacientes ao redor do mundo, incluídos em oito estudos apresentados em congressos ou em artigos em revistas científicas. O estudo brasileiro foi publicado em dezembro de 2010 na revista científica Journal of Thoracic Oncology, da Associação Internacional para Estudo do Câncer de Pulmão, uma das principais fontes mundiais de informação sobre tratamento de câncer de pulmão.

Além dos resultados coletados fora do Brasil, em 2010 o oncologista André Sasse usou a combinação de medicamentos em seis casos em seu consultório. O câncer de pulmão de pequenas células está quase sempre associado ao tabagismo.