Revisão sobre o posicionamento SBC de HA resistente publicado neste ano (2020)

Começando a avaliação sobre o tratamento não medicamentoso e medicamentoso.

Tratamento Não Farmacológico.

– Pacientes com índice de massa corporal (IMC) ≥ 30 kg/m2 têm 50% mais chances de apresentar PA não controlada do que aqueles com IMC normal (< 25 kg/m2).

– Um IMC > 40 kg/m2 triplica as chances de se requererem múltiplos fármacos para controle da PA.

– Surpreendentemente, não há evidências consistentes sobre o efeito da perda de peso induzida por dieta em hipertensos resistentes, mas essa recomendação atende ao bom senso e às evidências disponíveis nos demais subgrupos.

– Recente estudo aleatorizado demonstrou redução de ao menos 30% no número de anti-hipertensivos em 84% dos pacientes operados, em comparação a 12,4% do grupo tratado clinicamente.

A diretriz nos relembra que a ingestão excessiva de álcool também interfere de forma direta na pressão.

Não há estudos publicados em hipertensos resistentes; porém, com base nas informações disponíveis, recomenda-se a restrição do consumo diário de álcool a menos de dois “drinks-padrão” (cerca de 24 g) ou até sua cessação.

A atividade física entra como um dos pilares do tratamento não-farmacológico.

Deve-se ter cautela em pacientes com Hipertensão estágio III.

Em relação ao Tratamento Farmacológico da Hipertensão Arterial Resistente. Vejamos.

O objetivo do tratamento medicamentoso na HAR é detectar as causas do não controle e encontrar a melhor combinação de fármacos, visando o alcance das metas pressóricas com menor ocorrência de efeitos adversos e maior adesão.

Em geral, busca-se otimizar o tratamento tríplice com os fármacos preferenciais, que são: IECA ou BRA, BCC dihidropiridínico e DT.

A indapamida constitui uma segunda opção de DT na HAR.

A furosemida deve ser utilizada em casos de DRC, com RFG igual ou inferior a 30 ml/min.

O BCC deve ser preferencialmente tomado à noite, para que haja alternância de picos de ação dos anti-hipertensivos.

A clássica Cronoterapia.

Na impossibilidade de uso de um BCC, pode ser considerada a introdução de um betabloqueador, preferencialmente com ação vasodilatadora, como nebivolol ou carvedilol.

E qual seria quarto fármaco a ser adicionado a tríplice terapia?

Os trabalhos pathway vieram esclarecer essa indicação.

Caso não se obtenha o controle com a adição do 4º fármaco ou com combinações das opções subsequentes.

Deve-se utilizar um vasodilatador direto, preferencialmente a hidralazina, em doses diárias de 50 a 150 mg, racionadas em 2 a 3 tomadas. O vasodilatador minoxidil, em face de seus frequentes efeitos adversos, deve ser reservado para situações muito resistentes, quando há falha de todas as alternativas anteriores.

Veja o excelente fluxograma descrito da recomendação da SBC.

E será que temos novas terapias para controle da hipertensão nesse cenário?

Novos Tratamentos da Hipertensão Arterial Resistente

Nos últimos anos, novas formas de tratamento intervencionista têm sido avaliadas para pacientes com HAR, tais como:

Vejamos um vídeo ilustrativo do procedimento.

Vocês perceberam através dessa recomendação de avaliação e tratamento da Hipertensão arterial resistente em seus diversos espectros, que essa é uma patologia não tão rara quanto imaginávamos e que existe um componente multifatorial que deve ser abordado em concomitância para o sucesso terapêutico.


Dr. Halsted Gomes

  • Médido da UCO e de Unidade pós operatório
  • Especialista em Ecocardiografia Básica, Avançada e Ecocardiografia Transesofágica
  • Especialista em Cardiologia pelo Instituto Dante Pazzanese de Cardiologia.


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