Em busca da formação de qualidade

Consultar o MEC e se informar sobre o corpo docente são medidas importantes antes de se decidir por uma instituição de ensino.

Além de escolher o curso no qual pretende se inscrever, o estudante às vésperas do vestibular tem outro desafio pela frente: decidir em qual faculdade vai estudar. O surgimento de novas escolas e a crescente oferta de vagas em cursos superiores nos últimos anos aumentaram as opções, deixando muitos candidatos em dúvida sobre qual seria a instituição mais adequada para uma formação de qualidade.

Para quem escolheu áreas tradicionais, como a engenharia, ou cursos muito disputados, como direito e medicina, a decisão pode ser ainda mais complicada. Nesses casos, as escolas menos conhecidas acabam sendo uma alternativa aos vestibulares concorridíssimos das instituições mais antigas. A facilidade para conquistar uma vaga, entretanto, não pode ser o único fator que vai pesar na decisão.

Antes de fazer a inscrição no vestibular, o estudante pode tomar algumas medidas e procurar se informar. O primeiro passo é consultar o site do MEC, onde é possível verificar se a escola está credenciada e se recebeu autorização para oferecer o curso. Conhecer o corpo docente, visitar a instituição e conversar com profissionais que já se formaram são outras dicas.

O médico e secretário do Conselho Regional de Medicina (CRMMG), Kleber Elias Tavares, diz que o candidato de medicina deve ter em mente que ele terá uma chance única de fazer o curso de medicina. “O investimento é alto e não pode ser feito duas vezes.” Kleber afirma que a escolha da faculdade deve levar em conta vários pontos. “Quando o aluno terminar, ele deve ter condições de disputar uma boa residência médica”, diz.

Outras medidas segundo ele são conhecer e se informar sobre a carreira dos profissionais que foram formados pela escola escolhida. Também é importante verificar se a faculdade tem um hospital-escola que prioriza o ensino e ver se o foco da instituição é a formação do aluno e não a arrecadação. Segundo Kleber, todo cuidado é pouco, já que há escolas funcionando até sem autorização do MEC.

VANTAGEM

Camila de Pádua Coelho Hugo, de 22 anos, aluna do 4º ano de medicina da Faculdade de Ciências Médicas de Minas Gerais, escolheu onde iria estudar depois de conversar com alunos da instituição e com médicos. A estudante tentou vestibular duas vezes. “A escola tem muita tradição. Então, isso foi uma vantagem. Mesmo assim, procurei me informar. O curso é muito caro e fazemos um investimento que é para a vida toda. Além disso, vamos lidar com vidas. Por mais que existam escolas mais fáceis para passar, acho que vale um esforço para estar em uma escola melhor.”

Para Vinícius Troian, de 18 anos, aluno do 2º período de direito da Escola Superior Dom Helder Câmara e calouro de engenharia mecânica na PUC Minas, não basta verificar se a instituição e o curso estão regularizados no MEC. “No caso do direito, pesquisei várias instituições na internet e também visitei algumas escolas para conhecer a infra-estrutura. Verifiquei ainda o conceito que o curso recebeu do MEC.”

Kelson Ricardo Amarante, de 24, aluno do 5º período de engenharia civil da Faculdade Kennedy, acredita que a escolha de uma faculdade deve levar em conta também as tendências do mercado. “Escolhi a Kennedy pela ênfase nas áreas de meio ambiente, transporte e logística, tão valorizadas na atualidade. Sei que a faculdade é bem antiga e conheço várias pessoas que se formaram lá.”

Fonte: O Estado de Minas