Nos EUA, pesquisadores mapearam que afrodescendentes pertenciam ao grupo mais vulnerável a essas doenças. Por isso, concentraram esforços de conscientização em barbearias de bairros. Iniciativa reduziu em 69% o número de casos.
O controle da pressão arterial alta é muito difícil. A grandes questão é que as pessoas não seguem as orientações dos médicos ou não tem acesso aos mesmos. Nos EUA, o grupo que mais sofre e morre com a hipertensão é o afrodescendente.
Em 2015, começaram a identificar o local onde essas pessoas poderiam ser alcançadas. Se puxar na memória, conseguimos recordar que todo bairro negro americano tem aquela barbearia típica, onde as pessoas se reúnem. Daí surgiu a ideia de treinar os barbeiros para passar estas informações, já que é um local conhecido, e a confiança se estabelece.
Em 2016, o estudo foi aperfeiçoado. Houve o cadastramento dos clientes das barbearias, verificação da quantidade de hipertensos, treinamento dos barbeiros e implantaram, neste grupo, alguém para fazer o controle da medicação.
O melhor índice de controle do hipertensão não chegava a 45%. A iniciativa foi um sucesso, reduzindo 69% do número de casos. Isso mostra que o segredo da saúde é estar perto na comunidade, porque a pessoa busca ajuda nas mazelas do dia-a-dia em quem ela confia. Este é o segredo!
Para aplicar no Brasil é necessário descobrir quem são os apoiadores dentro das comunidades, ou seja, lugar onde se reúnam e confiam umas nas outras. Se conseguirmos controlar hipertensão arterial e diabetes, vamos conseguir reduzir complicações e até a mortalidade brasileira de maneira significativa.
Fonte: CBN – Dr. Luís Fernando Correia
Leitor: Esta matéria foi retirada da CBN. As opiniões nela contidas não necessariamente representam a opinião do CardioAula.
