Obesidade e doenças hepáticas podem ser provocadas por micróbios, diz estudo

Pesquisa observou que alteração em microorganismos capaz de levar às doenças pode ser contagiosa

Um novo estudo da Universidade de Yale, nos Estados Unidos, concluiu que obesidade e doenças do fígado podem ser resultados de uma família de proteínas que altera populações de microorganismos no estômago. A descoberta, publicada neste mês na versão online da revista Nature, sugere que essas condições sejam infecciosas.

As proteínas capazes de alterar esses micróbios são as chamadas inflamassomas. Elas são responsáveis por lançarem respostas inflamatórias do sistema imunológico, agindo como ‘sensores’ e reguladores dos microorganismos no intestino. A mesma universidade já havia realizado estudos observando que micróbios semelhantes modificados pela mesma família de proteínas aumentam os riscos de doenças intestinais como a colite, um problema inflamatório no intestino que pode se manifestar como uma colite ulcerosa ou como a doença de Crohn.

Os pesquisadores observaram que, em camundongos, a deficiência em duas dessas inflamassomas resultou no desenvolvimento de uma comunidade de microorganismos alterados associados ao aumento de bactérias. Isso provocou graves doenças hepáticas não alcoólicas e obesidade nos animais.

Além disso, os autores do estudo notaram que as alterações intestinais que levaram alguns camundongos à obesidade ou a doenças hepáticas eram contagiosas. “Quando animais saudáveis foram alojados junto a outros que tinham o micróbio modificado no intestino, também desenvolveram uma maior suscetibilidade a essas doenças”, afirmou Richard Flavell, professor de Imunobiologia na Universidade de Yale e coordenador do estudo.

A pesquisa ainda identificou que um tratamento com antibióticos foi capaz de normalizar a composição microbiana e amenizar a doença hepática nos animais. Segundo Flavell, estudos como esse devem ser feitos em seres humanos para que as bactérias envolvidas na progressão de doenças no fígado sejam identificadas com mais precisão e para que novos tratamentos sejam desenvolvidos.

FONTE:Veja.com