Mais dois programas de residência médica no DF podem ser fechados

O Distrito Federal corre o risco de ter mais duas especialidades de residência médica fechadas. Os programas de cirurgia geral e de clínica médica ministrados respectivamente nos hospitais regionais da Asa Norte (Hran) e de Ceilândia (HRC) não passaram nas avaliações realizadas pela Comissão Nacional de Residência Médica, órgão ligado ao Ministério da Educação (MEC). Nova análise dos serviços prestados será feita no final do mês de janeiro.

As informações são do presidente da Associação dos Residentes Médicos do DF, André Meireles, que acompanhou as vistorias. As cerca de 70 especialidades médicas ministradas nos hospitais e clínicas do Distrito Federal tiveram que ser avaliadas novamente pela Comissão no início deste ano. O motivo foram denúncias de que elas não estavam funcionando de forma adequada.

As irregularidades eram causadas por problemas como falta de equipamentos e deficiências na orientação pedagógica dos programas e na formação dos residentes. As residências de cardiologia do Hospital de Base, cirurgia geral do Hospital Regional de Taguatinga e clínica médica do Hospital de Ceilândia foram descredenciadas imediatamente. Todas elas ficarão fechadas por dois anos.

Agora, podem se somar a essas três as de cirurgia-geral do Hran e de clínica médica do HRC. Juntos, os dois programas possuem 37 médicos-residentes. Apesar dos problemas, Meireles considera bom o resultado atual das residências ministradas no DF. “Dos cerca de 70 programas existentes, apenas dois terão que ser avaliados novamente”, disse.

A reportagem tentou entrar em contato com a coordenadora da Comissão Nacional, Carmem Cunha. Ela, no entanto, está viajando e só volta a Brasília na semana que vem. Os responsáveis pelas residências do Hran e do HRC também não foram localizados.

SUS

Além dos programas de residência, os hospitais, centros de saúde e clínicas do DF credenciados pelo Sistema Único de Saúde (SUS) também estão sendo analisados. A avaliação é feita pelo Programa Nacional de Avaliação de Serviços de Saúde (Pnass) do Ministério da Saúde.

O programa teve início em abril. Ao todo, são avaliados 19 hospitais, sete clínicas de hemodiálise e a Diretoria de Saúde do Trabalhador (Disat). Na primeira etapa do projeto, funcionários responderam questionários para avaliação de unidades onde trabalham. Depois, os estabelecimentos foram analisados pelos servidores da Secretaria de Saúde.

A terceira e última etapa vai se estender até o final deste mês. Um grupo de servidores e pacientes foi treinado para diagnosticar os problemas das instituições. “Eles irão investigar os locais onde não trabalham, para não agir com parcialidade”, explicou o subsecretário de Planejamento da Secretaria, Rubens Iglesias.

Segundo ele, os resultados do programa serão revertidos em benefícios para pacientes e dos profissionais da área. “Teremos mais recursos, melhores equipamentos e mais qualificação profissional”, garantiu. Iglesias disse que alguns problemas já foram detectados. Ele, entretanto, não quis revelá-los ao CorreioWeb. “Só poderemos divulgá-los quando a pesquisa for entregue ao Ministério”, completou.

A Secretaria de Saúde tem até a próxima quarta-feira, 30 de novembro, para encaminhar o trabalho ao Ministério da Saúde. O Pnass está sendo aplicado em todo o Brasil.

Correio Web