Ensino à distância cresce 54% em 2006

Dados da terceira edição do Anuário Brasileiro Estatístico de Educação Aberta e a Distância (Abraead) revelam que o número de estudantes matriculados em cursos à distância cresceu 54% no ano passado em relação a 2005. Já são 778 mil alunos cursando o ensino acadêmico em EAD.

Contabilizando apenas os alunos de graduação e pós-graduação, o aumento foi ainda maior: 91%.

No total, o Brasil teve, em 2006, mais de 2.2 milhões de alunos à distância matriculados em vários tipos de cursos. Assim, um em cada oitenta brasileiro estudou por EAD no ano passado. Em todo o País já são 889 cursos à distância credenciados pelo MEC e conselhos estaduais de educação. Destes, 246 são de pós-graduação lato-sensu e 205 de graduação.

Além dos números divulgados, a pesquisa apontou também os motivos mais freqüentes para a evasão dos alunos do EAD. Segundo o Anuário, a ausência de tempo e dinheiro e outros fatores, como o estranhamento do método e o preconceito pela sistema são pontos que ainda atrapalham uma implantação ainda maior do sistema no Brasil.

Para a doutora em educação e especialista em educação a distância, Vani Moreira Kenski, o preconceito com os cursos à distância surgiu a décadas, com os cursos por correspondência. “Desde a onda dos cursos por correspondência, há décadas, o brasileiro não vê com bons olhos o ensino a distância”, explica Vani, que defende o uso da tecnologia para aprimorar e facilitar os estudos. “É um grande passo do sistema educacional, que já é usado com sucesso em vários países e começa a dar certo por aqui”, disse. O diretor de políticas em educação à distância do MEC, Hélio Chaves, concorda. “Todos os indicadores que temos visto até hoje, tanto nacional quanto internacionalmente, mostram que os alunos de educação a distância são iguais ou melhores que os da educação profissional”, afirmou.

Entretanto, Chaves também observa alguns pontos negativos na educação a distância. “O aluno brasileiro, por natureza, não é disciplinado. Nas aulas presenciais ele assume a posição de espectador ao ter um professor que diga o rumo que ele deve seguir.”

Fonte: Gazeta de Ribeirão