Vacina contra meningite B se mostra eficaz e segura em testes clínicos

Pessoas que receberam doses da substância desenvolveram anticorpos ativos para 90% das variantes da doença

A revista médica The Lancet Infectious Deseases publicou, nesta segunda-feira, os resultados de testes clínicos envolvendo uma vacina contra meningite B. De acordo com a pesquisa, os participantes que receberam a droga desenvolveram anticorpos capazes de combater 90% dos tipos da doença que afetam a população da Europa e dos Estados Unidos e não desenvolveram efeitos colaterais graves.

Embora existam vacinas contra os tipos A e C da meningite, nenhuma é amplamente eficaz contra as cepas do tipo B, principalmente as mais prevalentes em países industrializados e, até hoje, não há nenhum tipo de tratamento preventivo para a doença. A meningite B é uma das formas mais letais da doença e é uma das grandes preocupações de pais no mundo todo, já que atinge, principalmente, crianças, levando-as a adoecer gravemente em um curto período de tempo. A doença se caracteriza pela inflamação das membranas que revestem o encéfalo e a medula espinhal (entenda como a meningite afeta o organismo). De acordo com o artigo, a mortalidade da meningite B varia de 5% a 14%.

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A vacina estudada é a de lipoproteína 2086. A pesquisa foi feita com 511 adolescentes saudáveis da Austrália, Polônia e Espanha. Parte deles recebeu três doses de placebo e o restante, três doses da vacina. Depois disso, todos os participantes realizaram testes que identificam a presença de anticorpos no organismo. Os pesquisadores observaram que indivíduos do grupo da vacina tiveram uma proteção de 80% a 100% contra a doença. Segundo eles, os efeitos colaterais não foram graves, e os mais relatados foram dores moderadas no local da injeção.

“Nossos dados sugerem que essa vacina é uma promessa contra meningite B”, diz o pesquisador da Universidade da Austrália Ocidental e coordenador do estudo, Peter Richmond. De acordo com o especialista, futuros testes devem detrminar a duração do efeito protetor da vacina. “Se os estudos adicionais mostrarem a mesma resposta imunológica e a mesma segurança, a vacina pode ajudar a reduzir a carga global da doença”, afirma Richmond.

FONTE: Veja.com