Terapia com células-tronco se mostra eficaz para tratar pacientes que sofreram ataque cardíaco

Resultados de testes clínicos revelam que procedimento recupera músculos cardíacos e diminui pela metade as cicatrizes deixadas pelo infarto

Usando células-tronco do coração dos próprios pacientes, médicos do hospital Johns Hopkins e do Instituto do Coração do Cedars-Sinai, nos Estados Unidos, criaram uma terapia capaz de recuperar a musculatura do órgão. Promissores no tratamento de pessoas que sofreram ataques cardíacos, os resultados dos testes clínicos foram publicados nesta terça-feira no site do periódico médico The Lancet.

Esse estudo envolveu 25 pessoas, com idade média de 53 anos, que haviam sofrido ataque cardíaco e que, portanto, estavam com os músculos do coração danificados. Os cientistas aplicaram a terapia com células tronco em 17 desses pacientes e os compararam com os outros oito que não haviam recebido o tratamento, apenas cuidados médicos tradicionais, como medicamentos e recomendações alimentares.

Os cientistas utilizaram parte do tecido do coração desses 17 pacientes para cultivar células-tronco específicas para o órgão. Eles injetaram essas células (de 12 milhões a 25 milhões) de volta ao coração dessas pessoas com o objetivo de fazer com que os músculos cardíacos voltassem a crescer de maneira saudável após o ataque cardíaco.

Resultados – Esses indivíduos tiveram um aumento no número de músculos cardíacos saudáveis e também uma redução significativa no tamanho da cicatriz deixada no músculo após o infarto: um ano após o procedimento, a cicatriz diminuiu pela metade. Os pacientes do grupo de controle, que haviam sofrido ataque cardíaco mas não receberam as células tronco, não demonstraram redução alguma na cicatriz.

“Apesar de décadas de tentativas envolvendo terapia celular em pacientes que sofreram ataques cardíacos, um estudo como esse nunca havia sido feito antes, mas, agora, nós realizamos ele”, afirma Eduardo Marban, responsável pelos procedimentos e pela tecnologia envolvidos no estudo. Para os pesquisadores, esses resultados revelam uma mudança de paradigma em relação às pessoas que sofrem infartos. “Essa descoberta desafia a ideia convencional de que, uma vez estabelecida, a cicatriz é permanente e que, uma vez perdidos, os músculos cardíacos não podem ser restaurados”, diz Marban.

FONTE:Veja.com