Recomendações para a organização dos serviços de eletrofisiologia cardíaca durante a pandemia do Covid-19

A SOBRAC – Sociedade de Arritmias Cardíacas ao lado das Sociedade Latino-Americana do Ritmo Cardíaco (LAHRS), Colégio Colombiano de Eletrofisiologia, Sociedad Argentina de Electrofisiología Cardíaca (SADEC) e Sociedad Mexicana de Electrofisiología Cardíaca (SOMEEC), acaba de editar um guia com recomendações para reorganizar os serviços ambulatoriais e hospitalares de eletrofisiologia cardíaca durante a pandemia da COVID-19.

O documento, assinado pelas cinco entidades, traz recomendações práticas que servem como um guia para minimização racional das atividades presenciais ao estritamente e vitalmente necessárias. Todas as recomendações foram feitas dentro da estrutura das diretrizes formuladas por organizações internacionais para impedir a propagação do contágio do COVID19 e são dirigidas aos profissionais relacionados ao estudo e manejo de pacientes cardiovasculares.

O Guia tem como objetivos: minimizar o risco de contágio do COVID-19, garantir a prestação permanente de serviços de eletrofisiologia, aperfeiçoar o uso de recursos e implementos para proteção pessoal e racionalizar o uso de recursos técnicos e humanos de outros serviços hospitalares complementares para serviços de eletrofisiologia, para que eles se concentrem no tratamento de pacientes com COVID-19.

Dentre os temas abordados, o guia orienta sobre as consultas ambulatoriais de dispositivos cardíacos eletrônicos implantáveis (DCEI) para diagnóstico ou estimulação cardíaca, consulta ambulatorial de pacientes com arritmias cardíacas, consultas para controle pós-operatório de ferida cirúrgica ou punções para acessos vasculares. Também são feitas recomendações para a realização de reprogramação presencial de dispositivos de estimulação cardíaca em pacientes hospitalizados, para a realização de exames não invasivos, para a realização de procedimentos invasivos em pacientes ambulatoriais ou hospitalizados sem suspeita ou confirmação de infecção por coronavirus, avaliação e tratamento de arritmias em pacientes ambulatoriais e hospitalizados com suspeita ou confirmação de infecção ativa por coronavirus e recomendações para minimizar o risco de contágio de pacientes, funcionários da equipe hospitalar e seus familiares.

No caso de pacientes com arritmias cardíacas é recomendável avaliar a possibilidade de adiamento de consultas e consultas remotas para pacientes de primeira consulta ou retornos. Para a realização de exames não invasivos, recomenda-se suspender a realização de testes de inclinação em pacientes ambulatoriais ou hospitalizados, mantendo medidas de distanciamento social para prevenir a infecção. Além disso, recomenda-se suspender a realização de monitorização ambulatorial do ritmo cardíaco (Holter) de qualquer duração para avaliação de pacientes ambulatoriais ou hospitalizados, exceto em pacientes com alta suspeita de síncope de origem arrítmica. Essa recomendação baseia-se no duplo risco de contaminação de pacientes, familiares e funcionários do hospital durante a colocação e remoção de dispositivos que estiveram em contato direto com o paciente por 24 horas ou mais.

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Fonte: Sociedade Brasileira de Arritmias Cardíacas


Referências:

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