Proteína pode proteger organismo de qualquer tipo de gripe

Pesquisa com camundongos mostrou que a EP67 deixa o sistema imunológico mais ativo apenas duas horas após sua aplicação

Combater o vírus da gripe é extremamente complicado. As vacinas protegem, mas apenas contra um tipo específico do vírus, e perdem sua eficácia assim que uma nova cepa surge. Os antivirais, como o Tamiflu, nem sempre funcionam a contento e, ainda por cima, os vírus podem se tornar resistentes a eles. Um pesquisa realizada por cientistas da San Diego State University, nos Estados Unidos, indica que a melhor saída pode ser ajudar o sistema imunológico a combater o vírus antes que ele se instale e cause a doença.

Em um estudo publicado nesta sexta-feira no periódico científico Plos ONE, os pesquisadores anunciaram a descoberta de que a proteína sintética EP67 é capaz de ativar o sistema imunológico apenas duas horas depois de ser administrada. A proteína já é usada junto com vacinas, graças a essa propriedade. Mas o estudo mostra, pela primeira vez, que ela tem potencial para ser administrada isoladamente.

“O vírus da gripe é bastante ardiloso e engana o sistema imune por dias antes da doença se manifestar”, diz Joy Phillips, coordenadora do estudo e pesquisadora do Centro de Biociências Donald P. Shiley, da San Diego State University. “Nossa pesquisa mostra que a introdução da EP67 provoca uma reação quase imediata do sistema imunológico, bem antes do que o corpo normalmente teria.”

Como a proteína funciona diretamente no sistema imunológico, ela poderia ser usada contra qualquer cepa do vírus da gripe ou mesmo contra variantes que ainda nem foram identificadas, como aconteceu em 2009, quando houve uma epidemia global de gripe suína. Também poderia ser usada, segundo os pesquisadores, como terapia de emergência contra infecções respiratórias ou causadas por fungos.

Os primeiros testes, feitos em camundongos, se mostraram promissores. Os animais que receberam a EP67 nas primeiras 24 horas após serem infectados pelo vírus H1N1 (gripe suína) não ficaram doentes, ou pelo menos não tão doentes, quanto os que não receberam a proteína. “E, mais importante, os camundongos tratados com a proteína um dia depois de receberem doses letais de H1N1 não morreram”, afirma Joy.

FONTE: Veja.com