Nefropatia diabética: uma nova alternativa de tratamento?

CardioAula - Médico escrevendo coração de ECG

Enquanto a evolução do tratamento do diabetes tem sido expressiva (hoje já contamos com amplo arsenal terapêutico não limitado mais a biguanidas e sulfoniureias), observou-se apenas um progresso modesto no tratamento da nefropatia diabética.

Resultados promissores do estudo LEADER (Liraglutide Effect and Action in Diabetes: Evaluation of Cardiovascular Outcome Results) revelaram um potencial benefício da liraglutida, agonista GLP-1, em pacientes diabéticos tipo 2 com alto risco cardiovascular.

Em comparação com placebo, o uso da liraglutida (em adição ao tratamento padrão, incluindo inibidores do sistema renina-angiotensina-aldosterona) demonstrou incidência 22% menor dos seguintes desfechos conjuntos: macroalbuminúria persistente (> 300 mg/dia); aumento persistente do nível sérico de creatinina em duas vezes o valor basal; evolução para doença renal terminal e morte por doença renal.

Em uma análise mais específica, este resultado deveu-se à queda na incidência de macroalbuminúria persistente. No entanto, não houve menor incidência de piora em duas vezes da creatinina basal e evolução para doença renal terminal, embora o uso da liraglutida tenha sido associado a uma menor perda na taxa de filtração glomerular, especialmente em pacientes com doença já estabelecida.

Também em estudos recentes, os inibidores SGLT2, empagliflozina e canagliflozina, apresentaram alto potencial de proteção renal, estando associados a menor decréscimo na taxa de filtração glomerular e menor albuminuria.

Por isso, é possível concluir que, para pacientes com diabetes tipo 2 e nefropatia diabética, o uso de agonistas GLP-1 e/ou inibidores SGLT2 como adjuvantes no tratamento parece trazer vantagens, visando ao melhor controle glicêmico e a menor progressão da doença renal. Vale destacar, também, que os mesmos estudos aqui discutidos apontaram melhores desfechos cardiovasculares com estes medicamentos, reforçando esta indicação.

Fonte: CardioPapers – Dr. Eduardo Cardoso de Moura

Leitor: Esta matéria foi retirada do CardioPapers. As opiniões nela contidas não necessariamente representam a opinião do CardioAula.

OU ACESSE A PLAYLIST COMPLETA CARDIOAULA CLICANDO AQUI