A Comissão Nacional de Residência Médica (CNRM) vai repassar vinte bolsas para os residentes da Fundhacre ainda neste ano de 2006. A informação foi dada ao coordenador da Comissão de Residência Médica (Coreme) do Acre, médico Rinauro Souza Santos Júnior, pelo diretor do Departamento de Residência e Projetos Especiais na Saúde (Derem) do Ministério da Educação e Cultura (MEC), Dr. Antônio Carlos Lopes. No ofício enviado, o Dr. Antônio Carlos reconhece os esforços da Fundhacre em manter os programas de residência médica e também o caráter social que a residência desempenha.
Até então, todos os 51 residentes eram bancados pelo governo do estado mas, agora, o aporte de recursos do MEC vai desonerar o estado, segundo Rinauro Jr. “Com esta economia – disse – o dinheiro pode ser empregado em outras áreas ou na própria residência. Além do mais, isto perpetua a residência, pois é um financiamento do MEC e se continuarmos a fazer tudo direitinho, com todo o cuidado que temos com a residência médica, a gente não perde mais o conquistado e a tendência é só ampliar”.
Rinauro explica que com essas 20 bolsas cerca de 40% dos custos da residência serão custeados pelo MEC.
O médico Thadeu Moura contabiliza o ganho do estado em cerca de R$ 300 mil a R$ 400 mil por ano. Ele lembra que a bolsa é de R$ 1.600,00 por mês e o residente tem uma carga horária de 60 horas por semana. Isto faz com que o estado ganhe na qualidade e na formação deste profissional.
Rinauro Jr. analisa que a concessão das bolsas é o aval do MEC “de que nós estamos fazendo pós-graduação de nível, de qualidade”. E explica que isto é o que o MEC espera de todos os hospitais universitários que tem pós-graduação. A Fundhacre ainda não é um hospital universitário, embora sua evolução caminhe para isto. Como os recursos só podem ser repassados via universidades federais, a residência médica vai utilizar estas bolsas através de um convênio firmado entre a Fundhacre e a Ufac.
Residência em constante evolução – Há, hoje, no Acre oito programas de residência médica: Pediatria, Gineco-obstetrícia, Clínica Médica, Cirurgia Geral, Infectologia, Ortopedia, Medicina de Família-Comunidade e Cardiologia, em parceria com o Incor. Um total de 62 médicos já concluiu a residência no Acre.
Rinauro Jr. conta que o Acre é o único estado que aproveita uma resolução do MEC, que permite fazer um programa de residência em cooperação com um instituto de alta tecnologia. No caso da residência em Cardiologia, a mais recente implantada na Fundhacre, a parceria é feita com o Instituto do Coração (Incor), por articulação do senador Tião Viana.
Rinauro Jr. explica como se dá esta parceria: “A residência é nossa, mas o nosso médico está sendo treinado num instituto de alto know-how e depois este residente deverá vir para o estado e desenvolver as condições para que possamos tocar nós mesmos. Por enquanto nós estamos precisando da ajuda deste grande instituto, do know-how dele, até o dia em que caminharemos na cardiologia com nossas próprias pernas”.
O médico Thadeu Moura, que é o coordenador estadual da Residência Médica no Estado, reconhece que a implantação dos programas no Acre é fruto do esforço do senador Tião Viana, que desde o início do seu mandato procurou investir na formação de profissionais de saúde, cujo exemplo mais visível é a Faculdade de Medicina.
Fonte: UOL
