Um novo estudo feito por pesquisadores da Clínica Mayo afirma que os homens têm um maior risco de sofrer com comprometimento cognitivo leve do que as mulheres. Esse problema é uma fase transição entre o envelhecimento normal e a demência, e pode envolver declínio de memória e capacidade de pensamento. A pesquisa foi publicada nesta semana na versão online do periódico Neurology.
“Observamos que o risco de comprometimento cognitivo leve tanto em homens quanto em mulheres idosos foi alto. Isso é um reflexo das pessoas estarem vivendo mais. Essa doença pode ter um grande impacto nos custos da saúde caso os esforços para prevenção do problema não sejam melhorados”, afirma a coordenadora do estudo, Rosebud Roberts. “Nosso estudo sugere que os fatores de risco para transtornos cognitivos devam ser estudados separadamente entre homens e mulheres.”
A pesquisa – Foram selecionadas 1.450 pessoas com idades entre 70 e 89 anos que não tinham problemas de demência. Durante três anos, os participantes foram submetidos a testes de memória a cada quinze meses. Até o final do levantamento, 296 pessoas haviam desenvolvido comprometimento cognitivo leve.
O número de novos casos por ano foi maior entre os participantes do sexo masculino: 72 por 1.000 homens, enquanto entre as mulheres esse número foi de 57 por 1.000. A média entre ambos os sexos foi de 64 por 1.000 pessoas.
O estudo também concluiu que, entre as pessoas diagnosticadas com comprometimento cognitivo leve, 12% ao ano foram, mais tarde, diagnosticadas pelo menos uma vez sem o problema. As outras 88% ou continuaram com o comprometimento ou evoluíram para demência.
Segundo os pesquisadores, esses resultados são surpreendentes, já que as mulheres geralmente apresentam maiores taxas de demência do que os homens. Eles acreditam que a maior prevalência do comprometimento em homens pode sugerir que, entre o sexo feminino, a transição de cognição normal para demência acontece mais tarde, porém, de maneira mais abrupta.
FONTE: Veja.com