França testa tratamento preventivo contra o HIV

Cientistas franceses estão experimentando um medicamento para prevenir a contaminação pelo vírus da aids em homens homossexuais, anunciou nesta quarta-feira, em Paris, o coordenador do estudo, Jean-Michel Molina. O teste, iniciado pela Agência Nacional de Pesquisas sobre Aids (ANRS), reúne 300 voluntários soronegativos.

Metade receberá um placebo e outra metade um antirretroviral oral comumente utilizado no tratamento de pessoas com aids, o Truvada, que combina dois produtos (Tenofovir + FTC).

Os voluntários terão de ingerir dois comprimidos antes do período de atividade sexual (logo antes do fim de semana, por exemplo), dois comprimidos durante o período, e um comprimido depois.

Os voluntários, porém, não deverão deixar de lado outros métodos de prevenção. Todos terão acesso a preservativos e farão exames frequentes para detectar infecções sexualmente transmissíveis.

Se essa etapa for bem sucedida, uma segunda fase será iniciada, com 1.900 participantes (incluindo os 300 pioneiros).

Desde 1994, os tratamentos antirretrovirais (ARV) permitem, por exemplo, limitar a contaminação de mãe para filho durante a gravidez e o parto. Esses medicamentos são também utilizados como tratamento de urgência após uma relação não protegida que apresenta riscos.

Eficácia – Um outro estudo sobre a eficácia de medicamento a ser tomado antes e depois das relações sexuais, por homens homossexuais soronegativos, foi realizado na América do Sul e na Tailândia. No Brasil, uma primeira fase dos estudos envolvendo o Truvada mostrou eficácia de 44%.

“O medicamento permite que o vírus entre no organismo do paciente, mas inibe a ação da uma enzima fundamental para o HIV se multiplicar. No estudo, avaliamos que a medicação é segura, e os principais efeitos colaterais são as náuseas e a ausência do ganho normal de peso”, explica Vivian Avelino da Silva, médica infectologista e pesquisadora do Hospital das Clínicas.

Segundo ela, a dificuldade nesse tipo de tratamento está no uso correto da medicação.

FONTE:Veja.com