DESAFIO

Paciente masculino, 61 anos, casado, taxista, tabagista (30anos/maço) e hipertenso em tratamento irregular. Previamente assintomático, evoluiu dois dias antes da admissão com quadro de dor torácica anginosa típica, após refeição, com duração de 5 minutos e melhora espontânea. No dia seguinte, apresentou recorrência da dor, com duração de 15 minutos e regressão espontânea. Procurou atendimento e realizou ECG a seguir:

Qual o seu raciocínio de acordo com a história clínica e ECG?

Resposta: Síndrome de Wellens

A síndrome de Wellens, inicialmente descrita em 1982, é caracterizada por um padrão de alterações eletrocardiográficas da onda T associadas a estenose crítica proximal da artéria Descendente Anterior. A apresentação da síndrome é caracterizada por história clínica de dor torácica anginosa e presença de inversão simétrica ou padrão bifásico (plus-minus) da onda T nas derivações precordiais. Os pacientes acometidos apresentam elevado risco de desenvolverem infarto em parede anterior ou óbito caso não sejam corretamente diagnosticados e abordados. Aproximadamente 75% dos pacientes que não são tratados com revascularização miocárdica evoluem com infarto de grande extensão no decorrer de poucos dias. Relatamos o caso de paciente com história clínica e alterações eletrocardiográficas características da síndrome, submetido a confirmação com cineangiocoronariografia e tratado com revascularização percutânea.

Características:

1) história de precordialgia prévia

2) pequena ou nenhuma alteração de marcadores cardíacos
3) onda T bifásica ou simétrica e invertida em V2 e V3, ocasionalmente em V1, V4, V5 e V6.

Dr. Charles Rios Souza
– Médico Assistente do Serviço de Marca-Passo do HC – UFMG – MG
– Estimulação Cardíaca Artificial pelo Instituto Dante Pazzanese de Cardiologia – SP
– Cardiologia pelo Instituto Dante Pazzanese de Cardiologia – SP
– Clínica Médica pelo Hospital Júlia Kubitschek – FHEMIG – MG
– Graduação em medicina pela UFJF – MG