Curso de Medicina, realizado pela Ufac, é uma das maiores conquistas do povo do Acre

Dentre as mudanças que vêm sendo processadas no sistema de saúde do Acre, nos últimos sete anos, destacam-se os investimentos na formação e capacitação dos profissionais da área. O curso de graduação em medicina, a residência médica da Fundação Hospitalar do Acre (Fundhacre) e o mestrado, fazem parte do plano do governo do Estado para transformar o Acre num centro de excelência em saúde pública.

O médico Tião Viana é o principal idealizador e articulador da implantação desses projetos, que são também resultado de sua atuação como senador da República e tem o total apoio do governo do Estado.

A implantação do curso de medicina, em 2002, foi a base para que o Acre, se tornasse, em nível regional, uma referência em ensino na área de saúde. Com ele, o Estado precisou especializar os médicos da rede pública para se tornarem mestres e transformar a Fundhacre num hospital de ensino que, atualmente, recebe médicos residentes de todo o Brasil.

Faculdade de medicina realiza sonho de acreanos

Uma das maiores conquistas para o povo do Acre, a criação do Curso de Medicina da Universidade Federal do Acre (Ufac) é um marco na história do sistema de saúde acreano e fruto de emendas parlamentares, de mais de R$ 2 milhões, do senador Tião Viana, que além do apoio do governo do Estado, contou com o empenho da Universidade Federal do Acre (Ufac).

Enquanto o governo trabalha para tornar o Estado auto-sustentável em profissionais para atuarem na rede pública, a implantação da faculdade tornou também possível a realização do sonho de dezenas de jovens que queriam estudar medicina, mas não o faziam por ser possível somente fora do Acre.

É o caso do acadêmico do 3º período, José Artur, de 22 anos. Ele disse que apesar de ter passado no vestibular em Brasília (DF), escolheu estudar no Acre. “Eu preferi ficar em casa. Acredito na formação que estamos tendo aqui e sinto orgulho dessa faculdade. O comprometimento dos professores também nos motiva muito”, disse ele.

A coordenadora do curso, médica Maria Helena Guimarães, é mestre em Medicina e Saúde formada através do curso de mestrado realizado pelo Estado em convênio com a Universidade Federal da Bahia (UFBA).

Segundo ela, uma das coisas que mais chama a atenção nesta faculdade é a concepção de sua filosofia de ensino voltada para as comunidades e para os problemas de saúde peculiares à região como a hepatite, a malária e a hanseníase. “Os alunos têm contato com a comunidade já desde o primeiro ano nas disciplinas básicas e clínicas. Nós queremos formar médicos especializados em doenças comuns na comunidade, em interagir com os problemas da sua população, em promover uma medicina social bem distinta daquela que é praticada pelos médicos formados em escolas tradicionais do país, que se preocupam apenas com a tecnologia de alta complexidade para atender aos pacientes”, completou.

Outro ponto destacado pela médica foi a instalação do campo de prática antes mesmo do funcionamento do curso. “Quando o curso começou nossos alunos já dispunham da Fundhacre que foi adaptada para ser um hospital de ensino, além dos 3 módulos de saúde da família nos bairros Ruy Lino, Jardim Primavera e Mocinha Magalhães e a Policlínica do Tucumã, que funciona como um Centro de Capacitação e Formação em saúde da família”, explicou ela.

Residência médica integra o processo de especialização

A partir da assinatura de um protocolo, a Fundhacre passou a ser o hospital universitário da Ufac. Com isso, tanto os alunos de medicina como os alunos de enfermagem têm no hospital seu campo de provas e de aprendizado. Um dos primeiros passos para sua transformação em uma unidade de ensino foi a criação da residência médica, em 2000.

Desenvolvido com recursos próprios do Governo, a residência é a pós-graduação (lato sensu) que o médico faz e o nome residente é devido ao fato de que ele praticamente mora dentro do hospital. Como resultado disso, houve uma melhora no atendimento aos pacientes da Fundhacre porque os médicos já existentes também tiveram que estudar mais, segundo avalia o diretor geral da Fundhacre, Thadeu Moura.

Ele explicou que além de qualificar os médicos do Estado, o programa também prepara os profissionais para atuar nas áreas de pesquisa. “Foi a partir daí que teve início a mudança da concepção da Fundhacre que, de assistencialista foi se tornando um hospital de ensino, mudando toda sua característica”, comentou.

Atualmente existem oito programas de residências, num total de 34 vagas oferecidas todos os anos nas áreas de cirurgia-geral, clínica médica, pediatria, obstetrícia e ginecologia, medicina da família e comunidade, ortopedia, infectologia e cardiologia, que é feita em parceria com o Instituto do Coração (Incor). Desde o início, a residência médica da Fundhacre já formou cinco turmas num total de 60 médicos graduados.

Mais médicos são especializados com mestrado

O mestrado em medicina e saúde, através de parceria com a Universidade Federal da Bahia (UFBA), foi outro grande passo dado pelo Governo na formação de mão-de-obra qualificada para a área de saúde pública. “Era necessário formar os mestres que seriam os professores da faculdade”, explicou a médica Maria Helena.

Cerca de 40 médicos já concluíram seus mestrados através desta parceria. Algumas das dissertações apresentadas já foram publicadas até no exterior.

Com isso ganha a faculdade que passa a contar com professores do mais elevado conhecimento técnico e ganha a comunidade que passa a ser atendida por médicos qualificados e com uma visão mais humanística do atendimento aos pacientes do sistema público de saúde.

Fonte: Uol