Conheça o curso: Medicina

Tornar-se médico requer esforço e determinação. O curso de medicina, além de bastante concorrido no vestibular, é puxado e cansativo. Em média, o estudante que consegue ingressar na faculdade passa seis anos estudando em período integral e fica de dois a quatro anos em residência. O ofício vai muito além de diagnosticar doenças. É o médico que vai pesquisar, tratar e prevenir disfunções e, para isso, deverá escolher os melhores procedimentos no combate às enfermidades.

O curso de graduação em medicina ensina ao universitário como funcionam os órgãos, sistemas e aparelhos do corpo humano. O estudante também aprende a responsabilidade de prescrever medicamentos e realizar cirurgias. Aluno do 10º semestre de medicina da Universidade de Brasília (UnB), Rubens de Freitas Ferreira, 24 anos, conta que o curso é trabalhoso. “A dedicação e responsabilidade são essenciais”, adianta. A grade curricular abrange disciplinas como anatomia, fisiologia e patologia. Todas essas matérias são oferecidas em laboratórios.

O futuro médico poderá atuar em hospitais, clínicas, postos de saúde, empresas e consultorias em saúde. Outra área de atuação são os consultórios próprios. A coordenadora do curso de medicina da UnB, Celeste Aida Nogueira, explica que a graduação é só o começo. “Mesmo depois de formado, o médico tem que estudar e se reciclar. A tendência é que eles nunca parem de se atualizar”, comenta. Ela elege a dermatologia e a geriatria como as duas especialidades promissoras nos tempos atuais. “Há muita procura nesses segmentos”, justifica.

De acordo com Celeste Nogueira, o Programa Saúde da Família, do Ministério da Saúde, absorve boa parte dos alunos. “É um programa que atende a população em domicílio. O médico da família acompanha os pacientes de maneira sistemática e organizada”, explica. Em Brasília, quatro instituições estão autorizadas pela Secretaria de Educação Superior do Ministério da Educação (Sesu/MEC) a funcionar.

Polêmica

No fim do ano passado, uma iniciativa do Conselho Regional de Medicina do Estado de São Paulo (Cremesp) causou polêmica. O conselho instituiu uma prova semelhante ao Exame Nacional da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), para avaliar o desempenho dos médicos recém-formados. O corregedor do Conselho Federal de Medicina, Roberto DÁvila, considera necessário verificar a qualidade da formação dos estudantes. “Somos favoráveis a uma avaliação do ensino médico, pois detectamos muitas falhas nos cursos de graduação. Não há preocupação na formação humana do médico. Isso é um defeito de formação que precisa ser modificado”, avalia DÁvila. Segundo o médico, a avaliação “visa coibir as falhas”.

Porém, a aplicação do exame em todos os futuros médicos do país ainda está longe de acontecer. DÁvila explica que, para tanto, seria necessário a promulgação de uma lei. E, por enquanto, não há discussões nesse sentido.

Fonte: Universia