Célula-tronco de cordão umbilical atenua diabetes tipo 1 em estudo

Método experimental faz pacientes precisarem de menos insulina artificial.
Doença é causada por ataque da defesa do corpo a células do pâncreas.

Um estudo feito por cientistas da Universidade de Illnois, nos Estados Unidos, conseguiu atenuar diabetes de tipo 1 com a ajuda de células-tronco obtidas no cordão umbilical. O trabalho foi detalhado na publicação científica de livre acesso “BMC Medicine”.
A diabetes do tipo 1 acontece quando células do pâncreas são atacadas pelas próprias estruturas de defesa do corpo. As unidades afetadas são as células beta, localizadas em uma região do órgão onde se encontram as ilhotas de Langerhans.

Elas são responsáveis por produzir a insulina, uma substância responsável por permitir que a açúcar (glicose) disponível no sangue entre nas células do corpo para a geração de energia. As beta ficam próximas às células alfa, que produzem o glucagon, hormônio que tem a função oposta à insulina: aumentar o nível de glicose na corrente sanguínea.
Com a doença, as células beta deixam de produzir a insulina e o paciente precisa de injeção de insulina diárias pelo resto de sua vida.
A técnica
No estudo, as células-tronco obtidas de pessoas saudáveis foram usadas para “educar” as estruturas de defesa do corpo dos diabéticos para permitir a atividade pancreática e a saúde das células beta.
A terapia feita em pacientes da cidade de Chicago começou quando células de defesa do corpo do paciente são separadas e colocadas em contato com as células-tronco de cordão umbilical, que foram “imobilizadas”. Após três horas, os “soldados” são colocadas de volta dentro dos pacientes. Um outro grupo de diabéticos não recebeu a terapia para que os resultados pudessem ser comparados.
O progresso dos pacientes foi monitorado após 4, 12, 24 e 40 semanas posteriores à terapia. Essa melhora era medida pelos níveis de peptídeos C — proteínas produzidas ao mesmo tempo que a insulina. Um indício de que as células beta estão funcionando bem é o aumento dos peptídeos C no corpo do paciente.
E foi exatamente isso que ocorreu a partir da 12ª semana após o tratamento. Para os pesquisadores, esse resultado mostra que as injeções diárias de insulinas podem ser reduzidas. Isso porque a dose diária de insulina artificial necessária para manter o diabético com saúde começa a diminuir conforme o tratamento se estende.
Com o tempo, o nível de açúcar no sangue também diminuiu entre os pacientes do estudo que receberam a terapia com células-tronco. Para Yong Zhao, coordenador do trabalho, o segredo da técnica está no aprimoramento do sistema de defesa dos pacientes, que passa a contar com um agente que breca a ação autodestrutiva.
Esse “controlador” é uma proteína controlada por um gene conhecido como AIRE. Quando essa substância falha, doenças causadas pelas próprias células de proteção ao corpo acontecem.

FONTE: g1.globo.com