Cientistas divulgam relatório com informação genética de tipos agressivos de câncer infantil

Autores do documento acreditam que, ao compartilharem esses dados, ajudam outros pesquisadores a obterem novas descobertas sobre câncer entre crianças

Pesquisadores da Universidade de Washington, nos Estados Unidos, divulgaram nesta terça-feira o maior relatório já publicado com informações do genoma de pacientes com câncer. O documento contém dados de mais de 500 sequenciamentos genéticos obtidos a partir de tecidos de células de crianças diagnosticadas com a doença.

O trabalho, presente na revista Nature Genetics, contribui para a compreensão de tipos agressivos cânceres infantis, como o de retina e a leucemia, e incentiva outros pesquisadores a abrirem novas frentes de pesquisas.

Os 520 genomas sequenciados por esses pesquisadores foram obtidos por meio de um conjunto de amostras de tecidos normais e tumorais de 260 crianças com câncer. A partir dessas informações, os pesquisadores da Universidade de Washington passaram estudar as diferenças entre células normais e cancerígenas para conseguirem identificar as causas de alguns dos cânceres infantis mais perigosos.

Segundo os autores do relatório, esses esforços já produziram uma série de descobertas importantes para a compreensão do câncer infantil. Os dados contribuíram, por exemplo, para novos achados sobre tipos agressivos de câncer na retina, no tronco cerebral e no sangue – como a leucemia -, que são algumas das formas da doença que costumam atingir as crianças.

Agora, os cientistas acreditam que, ao compartilharem essas informações, podem incentivar outros pesquisadores a contribuírem com novos dados que ajudem a compreensão da doença. “Queremos tornar essas informações disponíveis à comunidade científica para que, coletivamente, possamos explorar novas opções de tratamento para essas crianças.”, diz James Dowing, coordenador do estudo.

Esse relatório faz parte dos trabalhos que vêm sendo desenvolvidos pelo Projeto Genoma do Câncer Pediátrico, lançado em 2010 pela própria Universidade de Washington, que pretende sequenciar mais de 1.200 genomas até o final deste ano. É o maior projeto do mundo que busca estudar as causas genéticas do câncer infantil.