Avaliação do risco de tromboembolismos para pacientes que se submeterão a cirurgias

Vamos comentar de forma didática como der ser avaliado o risco de tromboembolismo dos pacientes que irão se submeter a cirurgias em seus diversos espectros.

E consequentemente o tipo de profilaxia a ser instituída.

Há fortes evidências na literatura de que a tromboprofilaxia adequada nos pacientes cirúrgicos é custo efetiva e com uma ótima relação custo benefício.

A tromboprofilaxia mecânica deve ser o método primário para prevenção de TEV em pacientes com alto risco de sangramento.

Para profilaxia venosa consideraremos o uso de heparina não fracionada na dose de 5.000UI subcutânea a cada 12 ou 8 horas; heparina de baixo peso molecular (dalteparina 5.000UI subcutânea uma vez ao dia, tinzaparina 4.500 UI subcutânea uma vez ao dia ou enoxaparina 40 mg subcutânea uma vez ao dia) e fondaparinux na dose de 2,5 mg subcutânea uma vez ao dia (em indivíduos > 50 kg).


O AAS não deve ser utilizada isoladamente em nenhum grupo de pacientes como tromboprofilaxia para TEV.

É sempre importante estar atento a função renal do paciente que irá para cirurgia.

Vamos ver adiante os maiores fatores de risco para TEV.

Já temos evidência robusta da diferença de risco das cirurgias eletivas em relação as cirurgias de urgência.

Assim como a extensão e invasividade da mesma. Vejamos:

Vamos detalhar melhor essa avaliação em seus diversos cenários.

Atualmente, utilizamos escores mais objetivos para a avaliação do risco de tromboembolismo relacionado a cada tipo de cirurgia, para melhor nortear a profilaxia. Um destes escores que pode estratificar o risco para TEV com maior precisão é o modelo de avaliação de risco de Caprini.

Baseado no número destas variáveis e na pontuação obtida, definem-se as categorias de risco (muito baixo, baixo, moderado e alto), segundo o risco de TEV.

Para quais cirurgias deve-se usar o escore de Caprini?

Estratificação de risco das cirurgias gerais, abdominais, pélvicas, urológicas, ginecológicas, vasculares, plásticas e reconstrutivas.

E avaliamos as categorias de risco observando a pontuação. Vejamos:

Pontuação maior ou igual a 5, o paciente é de alto risco.

Do mesmo modo que existem os fatores que aumentam o risco de TEV devemos estar atentos aos fatores de risco para sangramento.

E o mais importante ao avaliarmos um escore de risco de eventos isquêmicos e eventos hemorrágicos é saber a conduta a seguir após individualizar cada paciente. Algo que sempre devemos buscar.

Resumão: Baixo risco – profilaxia mecânica / Moderado risco – profilaxia mecânica ou medicamentosa e Alto risco – associação. Devemos ainda considerar o risco de sangramento.

Vamos agora avaliar as demais cirurgias.

Começando pela Cirurgia bariátrica.

Relembrando das peculiaridades da profilaxia nesses pacientes.

Utilizar de forma rotineira tromboprofilaxia com heparina de baixo peso molecular, heparina não fracionada profilática a cada 8 horas, fondaparinux ou a associação de um método farmacológico com a compressão pneumática intermitente.

Para pacientes com índice de massa corporal menor ou igual a 50 kg/m2, utilizar doses maiores de heparina de baixo peso molecular (enoxaparina 40 mg subcutânea a cada 12 horas) ou heparina não fracionada (7.500 UI subcutânea a cada 8 horas), do que as habitualmente utilizadas em profilaxia de pacientes não obesos.

Para pacientes com índice de massa corporal maior que 50 kg/m2, utilizar doses maiores de heparina de baixo peso molecular (enoxaparina 60 mg subcutânea a cada 12 horas).

Vamos as cirurgias torácicas:

Prosseguimos para as cirurgias Cranianas e Espinhais.

E não poderíamos esquecer de descrever a profilaxia em pacientes com trauma, algo muito frequente em nosso país.

E em cirurgias ortopédicas, que em alguns cenários apresentam alto risco de TEV. Como devemos manejar?

Primeiramente, vejamos o risco de TEV em estudos, nos pacientes com e sem profilaxia.

Vamos ver inicialmente as orientações para cirurgias ortopédicas maiores.

E agora as de risco menores.

Lembrando que como em cirurgias ortopédicas maiores, nós temos que estender a profilaxia farmacológica após alta, os Doacs (Novos anticoagulantes) podem e devem ser utilizados.

Dr. Halsted Gomes

  • Médido da UCO e de Unidade pós operatório
  • Especialista em Ecocardiografia Básica, Avançada e Ecocardiografia Transesofágica
  • Especialista em Cardiologia pelo Instituto Dante Pazzanese de Cardiologia.