Todo dia usamos medicações como terapia de primeira linha para o tratamento de insuficiência cardíaca. Vocês sabem os trabalhos que validaram o seu uso? Vai aí uma tabela para ajudar:
Aparentemente hoje dispomos de um novo medicamento – um inibidor da sglt-2, dado que veio com o estudo DAPA-HF publicado recentemente.
Caso clássico: paciente idoso de 80 anos com sintomas de dispneia progressiva. Solicitado exame complementar devido à suspeita clínica de valvopatia aórtica sendo evidenciado quadro de estenose aórtica degenerativa. Ecocardiograma demonstra área valvar de 0,9cm², gradiente médio de 40 mmHg e espessura das paredes septal e posterior de 18/16 mm.
Muito fácil de conduzir este caso, não é? Nem tanto.
Um interessante estudo publicado esse ano veio nos mostrar a complexidade desse tema.
• Estenose aórtica = valvopatia grave + comum nos pacientes > 80 anos (lembrar que aqui estamos descrevendo valvopatias graves e não a prevalência geral – que neste caso o acometimento mitral > aórtico).
• Prevalência > 4%.
E olha que a associação EAO + depósitos amiloides não é tão rara.
Como se apresentaria o eletrocardiograma desse paciente – provavelmente com baixa voltagem (mesmo com a presença de aumento da massa miocárdica – que nesse caso não seria de cardiomiócitos e sim de depósitos amiloides).
E o ecocardiograma:
Um interessante ponto descrito foram os “red flags” que nos fazem pensar nessa associação.
E olha a prevalência de amiloidose (não confundir com depósitos amilóides apenas) em séries de casos de pacientes com estenose aórtica.
E como conduzir a investigação diagnóstica?
Confirmado a associação: como devemos prosseguir em relação ao tratamento destes pacientes com prognóstico realmente tenebroso?
Pois é, artigo que veio em boa hora como excelente revisão de diagnóstico e orientação sobre duas patologias que estão tão em voga na cardiologia. Espero que na próxima estenose aórtica que vocês diagnosticarem a hipótese de amiloidose esteja na manga como diagnóstico concomitante e assim com ela a investigação.
Clique AQUI para baixar artigo original sobre Estenose Aórtica e Amiloidose Cardíaca.
Só para lembrar os tipos:
- Amiloidose AL (primária-cadeia leve)
- Amiloidose AA (secundária)
- Amiloidose Senil (wild type)
- Amiloidose AF (familiar ou hereditária)
- Amiloidose cutânea
Os que mais interessam ao cardiologista – amiloidose AL, senil e hereditária.
Dr. Halsted Gomes
- Médido da UCO e de Unidade pós operatório
- Especialista em Ecocardiografia Básica, Avançada e Ecocardiografia Transesofágica
- Especialista em Cardiologia pelo Instituto Dante Pazzanese de Cardiologia.