Adolescentes e jovens com problemas de saúde mental consomem mais álcool, cigarros e maconha

Estudo australiano mostrou que uma a cada dez pessoas de 12 a 30 anos inscritas em programas de saúde mental fazia uso de ao menos uma das três substâncias semanalmente

Um a cada dez adolescentes e jovens com problemas de saúde mental consome álcool, fuma ou usa maconha com frequência semanal, indica um estudo australiano publicado online nesta segunda-feira no periódico British Medicine Journal Open. Além disso, 7% dos participantes da pesquisa relataram fazer uso das três substâncias.

O estudo foi realizado com dados de 2.122 pessoas de 12 a 30 anos de idade, inscritos em um programa de saúde mental governamental em Sydney, denominado headspace. Os resultados mostraram que a idade média em que o consumo das substâncias analisadas tinha início foi de 15 anos, e o uso tendia a aumentar com a idade.

Uma a cada oito pessoas (12%) entre 12 e 17 anos consumia álcool pelo menos uma vez por semana, assim como 39% das pessoas de 18 a 19 anos e quase metade daqueles entre 20 e 30.

Quanto ao consumo de maconha, 7% dos mais jovens afirmaram utilizar a substância no mínimo uma vez por semana, enquanto as outras duas faixas etárias apresentaram índices de 14% e 18%, respectivamente.

Aproximadamente um a cada quatro participantes entre 12 e 17 anos admitiu fumar cigarros diariamente, assim como 36% do grupo intermediário e 41% das pessoas de 20 a 30 anos.

Frequência – De acordo com os autores, pacientes com problemas de saúde mental tendem a fazer uso de tais substâncias com frequência maior do que a população geral. O grupo mais jovem (12 a 17 anos) que participou do estudo era duas vezes mais propenso a ingerir álcool semanalmente, assim como o uso diário de nicotina dentre todos os participantes do estudo era também duas vezes maior em comparação com o grupo de mesma idade da população geral. Quanto ao uso de maconha, os dois grupos mais velhos do estudo (18 a 19 e 20 a 30 anos) tinham chance 1,5 maior de fazer uso da substância.

Para os autores, esses padrões de uso de substâncias, em conjunto com problemas de saúde mental, podem aumentar o risco de um desenvolvimento físico ou mental prejudicado. Eles sugerem que os serviços de atendimento voltados para doenças mentais e para abuso de substâncias funcionem de fora integrada, em vez de continuarem com abordagens paralelas e independentes.

Fonte: Veja.com.br