A situação da formação médica é trágica

Brasília – O 11º Encontro Nacional das Entidades Médicas, que começou na quarta-feira (6), debateu a atual situação do ensino médico brasileiro. O presidente da Associação Médica Brasileira (AMB), José Luiz Gomes do Amaral, disse ontem (8) que a formação médica no país passa por um momento “trágico”.

“Por irresponsabilidade de vários governos e ministérios, hoje temos mais de 170 faculdades de medicina com autorização para funcionar. Além disso, temos milhares de jovens iludidos buscando a medicina através desses caminhos tortuosos”, afirmou.

Amaral explicou que nem todos os cursos de medicina oferecidos tem qualidade. “Nós temos faculdades sem corpo docente adequado, faculdades sem médicos, professores que emprestam os currículos para oito faculdades, faculdades que não têm hospitais escola. Essa é a situação que nós vivemos”

Segundo Amaral, o excesso de cursos faz com que os programas de residência médica não atendam a demanda. “Nós não temos programas de residência suficientes para atender a totalidade dos médicos formados. Talvez hoje consigamos atender o próximo de 50% dos formados”.

Ele defende a criação de uma avaliação de médicos recém formados, como acontece com a Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), para saber se eles têm condição de atender pacientes. “Se nós não encontrarmos uma solução dentro da mudança da legislação e dentro de uma atitude mais enérgica do Ministério da Educação, será a alternativa a ser utilizada, porque nós precisamos proteger a sociedade”.

O encontro das entidades médicas reuniu representantes da AMB, do Conselho Federal de Medicina e da Federação Nacional dos Médicos.