180 profissionais recebem diploma por ano

Manuela diz que não teme ficar desempregada mesmo com o número de profissionais formados, pois como lembra “a medicina ainda é um campo onde há espaço para os profissionais”. Segundo Eurípedes Mendonça, a cada ano cerca de 180 médicos são formados no Estado, sendo 100 da Universidade Federal da Paraíba (UFPB) e 80 da Universidade Federal de Campina Grande (UFCG). Número que, segundo ele, tende a aumentar quando as três universidades particulares que oferecem o curso de medicina começarem a formar as primeiras turmas em, aproximadamente, quatro anos.

Já Diana Lacerda, de 21 anos, do 3º período de Medicina da UFPB, preocupa-se com a entrada cada vez maior de médicos no mercado. “De fato ainda existem vagas, mas temo que, com a oferta maior, os salários oferecidos baixem. Representando uma grande desvalorização do nosso esforço em ter uma formação consistente e bem estruturada”. Ela lembra que uma baixa remuneração muitas vezes leva o médico a ter uma jornada de trabalho com vários empregos que compromete a qualidade no atendimento. “O fato de não ter tempo para se especializar também contribui para que o médico não ofereça uma melhor assistência”, afirma a estudante.

Diana e Manuela concordam que uma formação mais humanizada do profissional de saúde representa um diferencial, que proporciona um destaque maior no mercado. “A Medicina Mecanicista vai perdendo espaço, mesmo que ainda existam profissionais que insistam nela”, lembra Manuela.

REGISTROS NO CRM

As especialidades médicas que mais registram inscrições no CRM-PB, são Pediatria (279) e Ginecologia/Obstetrícia (477 juntas) de acordo com Eurípedes Mendonça. Fato que ele credita à maior oferta disponível de bolsas de residência universitária para essas especialidades. “O médico se especializa no programa que mais tem oferta na cidade. Na Paraíba, só existem 80 bolsas para os formados, ou seja, os outros 100 ou procuram especialização em outras cidades ou vão atuar no mercado como clínico geral” , afirma o médico.

Ele lembra que todos os médicos recebem formação básica nas áreas de Pediatria, Ginecologia/Obstetrícia, Cirurgia, Clínica Médica e Medicina Preventiva, por isso têm condições de atender casos mais simples nessas áreas sem ter feito a residência universitária.

Para Manuela, a residência universitária é essencial na formação do médico. “Saímos da universidade ainda ‘verdes’. A residência nos dá a oportunidade de aprender mais e atuar melhor no mercado”, diz ela. Diana destaca que ainda não se decidiu, mas está em dúvida entre Gastroenterologia e Geriatria.

Fonte: Jornal da Paraiba